
Depois de um longo suspiro.
Pegou suas malas com todas suas roupas, sapatos, livros, discos, brincos e sonhos. Antes mesmo que pudesse olhar o pequeno apartamento, agora só cabia a despedida.
Vestida com um vestido lindo vermelho e sapatos negros fechados, não hesitou. Não parou, nem ao menos olhou. Sentiu uma leve brisa na qual a chamou bastante atenção, naquele momento. E se mudar fosse prático?
As cortinas balançaram e dali veio com o vento toda à esperança, parece até mesmo que soprou um fôlego de vida novamente em suas narinas, parece até.
Suspirou.
Começou a caminhar, saiu do quarto e o trancou. Para não deixar pistas de uma leve ou perpetua caída, colocou a chave por debaixo da porta e continuou. Que bela mesa para um perfeito jantar a dois, pensou. E tudo se desfez como uma lágrima lançada ao piso.
Quem sabe aonde erramos ou até mesmo aonde exageramos, quem sabe?
Olhou aquele jarro, tão menos importante para o outro, mas que fazia sentido ter pedido no chá de panela. Pelo menos fazia. Não seria um vaso qualquer, seria o vaso das flores que ele traria depois do serviço, um anelo. Que ao menos agora sirva de enfeite.
Continuou o trajeto e seus belos sapatos, de veludo, diga-se de passagem, este mais decidido que nunca em chegar até a porta principal. Quanta agilidade!
E vieram a sua mente todos os momentos bons. E suspirou.
Eu quero mais, eu quero paz, preciso de descanso pra minh’ alma, preciso de um ombro em que possa passar a noite inteiro lá e não sair mais. Quero segurar nas mãos de quem não vai solta-la.
Saiu e fechou a porta. Trancou e colocou debaixo da porta, para dentro do aconchego.
Olhou as portas dos vizinhos, fechadas e pareciam contentes por estar decidida. Estavam sim.
Parabéns! Pensaram. Finalmente iremos ter paz aos nossos ouvidos e saber certamente que ela foi atrás do que sempre quis, do que sempre sonhou, do que sempre, sempre, pode sonhar, era apenas o que podia sempre. O barulho das rodinhas das malas acompanhava a torcida junto ao seu salto agudo, do negro, do veludo, da alegria e da Fé. Chamou o elevador. Sorriu =)
‘Ora se não sou eu quem vai saber o que é bom pra mim? Dispenso a condição. Ora, se eu sou também é o que eu escolhi ser (...)’ ♫ - Cantarolou.
O elevador chegou e sorriu, além de ter abraçado a guerreira moça com seus braços.
E já vamos, pensaram eles.
Chegou ao térreo. Ali, olha ali, táxi...
-Senhorita, aonde devo deixá-la?
-Aonde os meus sonhos podem ser real, aonde o meu sorriso possa ser sincero, aonde posso escrever litros de textos, onde alguém possa lê-los, onde possa fazer uma canção e canta-la e que o mundo inteiro possa ouvir, onde eu possa respirar e sentir que eu posso mais e que sou capaz de ser e conseguir o que eu quiser, porque tem um Deus que me capacita, onde eu vou ter um jarro na sala e lá terão flores das mais coloridas, onde eu possa finalmente me libertar, onde eu possa olhar pra trás e ver quão grande és Deus para comigo.
" Há um lugar pra chegar, há uma ponte que te levará pro outro lado. Há um sonho, uma voz dizendo: ‘os teus sonhos também são meus’. Vou te levar,te conduzir e quando você alcançar saberás que em todo tempo eu estive ao teu lado. Há um lugar pra chegar há uma ponte que te levará pro outro lado.
Há um sonho, uma voz dizendo: ‘os teus sonhos também são meus’. Vou te levar,te conduzir e quando você alcançar saberás que em todo tempo eu estive ao teu lado. Os teus sonhos são Meus, teus problemas são Meus, tua vida também é Minha vida. Eu de ti cuidarei, nunca te deixarei. Os teus sonhos eu realizarei. Vou te levar,te conduzir e quando você alcançar saberás que em todo tempo eu estive ao teu lado. Os teus sonhos são Meus, teus problemas são Meus, tua vida também é Minha vida. Eu de ti cuidarei, nunca te deixarei, os teus sonhos eu realizarei. Vou te levar, te conduzir e quando você alcançar saberás que em todo tempo eu estive ao teu lado." [Sonhos -Chris Durán .mp3] ♫